29 junho 2010

Dear you..


I REGRET .


(...) Na verdade, eu queria conseguir passar uma borracha nos últimos fins de semana. Queria não ter feito metade das coisas que eu fiz. Queria voltar para aquele fim de semana, para aquela sexta-feira, e ter ido "te ver". Ter ido ficar com você. Talvez com isso, as coisas estivessem melhores pro nosso lado. (...)

27 junho 2010

Alfredo, é Gisele!

"Sora vê, daqui do táxi a gente sabe é cada coisa... Sabe e aprende, aprende até a não ter preconceito. Eu vou dizer, cada um tem o seu segredo, tem seu cada qual. Nem que seja uma coisica de nada, no fundo todo mundo sabe que lá dentro tem uma verdade só dele que as vezes nem ele mesmo sabe. Outro dia peguei um casal assim já de meia idade, bem apeiçoado, lá no Centro, eles tinham ido vê uma tal de uma Ópera, sei lá. Já eram umas 11 e meia da noite, a gente veio bem até o Aterro, entramos em Botafogo e o trânsito emperrou. A mulher já azedou na hora e foi falando para o marido: - Que trânsito é esse, quase meia noite? Não é esquisito, Alfredo? E o tal do Alfredo parecia um homem rico, mas não era fino, sabe? E também não gostava dela não. O cara era uma múmia. A resposta dele pras conversas da mulher tava mais pra rosnado, sabe? - Alfredo, isso não é um absurdo? A gente aqui parado num trânsito quase de madrugada, não entendo, é estranho, hoje é sábado. Será que é algum acidente, Alfredo? Como o homem não dizia nada, eu acabei dando o meu pitaco:
- Madame simplesmente aqui, da licença, virou um lugar só de "homensexuais"e mulher gay. É cheio de barzinho deles, a rua toda. Fim de semana ferve. Quem quiser ver homem beijando homem e mulher beijando mulher, se beijando todo mundo junto é aqui mesmo. - Você ta ouvindo, Alfredo? Meu Deus, eles agora tem até bar pra eles, até rua. Não é um absurdo, Alfredo? - Ô Onça, ce me conhece, sabe bem como é que eu sou. Pra mim isso se resolve é na porrada. Se eu sou o pai, eu desço do carro e não quero nem saber o que é que entortou, o que é que virou, não quero saber o que é cú e o que é fechadura, baixo o sarrafo na cambada! Eu, com sem-vergonhice, o sangue sobe, eu viro bicho. - Que isto Alfredo pára de falar essas palavras de baixo calão, olha o que o médico falou né motorista? Eu dei o meu pitaco:
- Oh madame, o negócio que ele ta falando é que nem que eu vi lá no filme é uma metáfora. Ele não vai bater, vai só ficar zangado. - E o senhor sabe lá o que é metáfora? Fica aqui metendo o bedelho na nossa conversa aqui atrás. - Eu sei o que é metáfora sim! Pelo que eu entendi é assim: aquilo não é aquilo, mas é como se fosse aquilo. Então, em vez da gente dizer que aquilo é como se fosse aquilo, a gente diz que aquilo é aquilo. Mas não é. É como se fosse. Entendeu?
- Eu entendi, mas eu to chocada com essa libertinagem. Olha aquele homem... Alfredo, beijando outro homem, de bigode ainda, Alfredo! Olha Alfredo!
- E hoje ta até fraco. Eu falei. Hoje nem tem os “generais".
- Que generais?
- General é aquelas mulheres de coturno que parece meio assim um macho. E o outro tipo de general é aquele homem transformista que é a traveca, mas anda é na gillete mesmo.
- Ta ouvindo, Alfredo? Que decadência Alfredo.
- E a gente vai ter que ficar parado nesta merda, ô Coisa?
- Calma Alfredo, não fica nervoso! Isso é questão do nível das pessoas. A gente que tem... Não é motorista?... A gente tem um nível, a gente tem mais condições, temos que entender essa, essa, como é que eu digo, meu Deus?
- Putaria!
Falamos juntos, eu, ela e o tal do seu Alfredo.
- Cruzes Alfredo, olha aquela moça! Gente, uma menina, dezoito no máximo, e a outra maiorzuda no meio das pernas da coitadinha, fazendo sabe lá o quê! Tá vendo Alfredo aquela alí? Alí, aquela Alfredo, em cima do carro! Olha lá Alfredo, a mão da grandona na menina! Elas vão se beijar na boca, minha Nossa Senhora...
- Que transitozinho, hein jararaca? A gente não vem aqui em Botafogo nunca mais, tá ouvindo ô coisa!
- Mas Alfredo olha as duas meninas! Tá beijando, tá beijando, tá beijando Alfredo! Alfredo! Alfredo! Alfredo! Ela parece... Alfredo é Gisele! Alfredo! É nossa filha!!!
- Filha da puuuutaaa...
E desmaiou, o tal doutor me desmaiou, enquanto a jararaca da mulé saiu porta afora de sapato na mão atrás das duas e eu pensando: não quero nem saber, vou encostar o carro aqui mesmo e espero o resolver, que uma corrida dessa eu não vou perder, que eu não sou bobo e nem sou rico. É ruim de eu ir embora, heim? Ai eu fiquei naquela situação: eu com um cara que era um ex-valente todo desmaiado no banco de trás parecendo uma moça, a mulé pisando forte que nem um um macho, um general, indo atrás da filha, quer dizer, tudo trocado e eles reclamando da filha. Se eu pudesse, eu ia lá defender a moça, mas não posso, já que o negócio é de família, né? Eu não tenho preconceito não, mas é isso que eu tava falando pra senhora: daqui a gente sabe cada coisa! Mas é cada um com o seu cada qual. "


Elisa Lucinda

24 junho 2010

Insônia.

As vezes eu queria poder te ter, as vezes me sinto invisível pra você.


22:07 da noite. Vontade de esvaziar o cérebro e não pensar em mais nada. Deitada na cama esperando o sono resolver comparecer. Abajur ligado, fazendo com que as borboletas pintadas mais cedo na parede ao lado da porta, pareção de verdade. Suspirou. E outra vez. E outra.. Desistiu de esvaziar os pensamentos. Resolveu ler, havia ganhado um livro há quase um mês e nem a dedicatória tinha lido. A mesma lhe lembrou o que ela mais queria esquecer, camuflar, deixar pra traz. Ela dizia: " Para que você me sinta mais perto, com o braço sobre o seu perfil, te olhando dormir. Para que você nunca esqueça que existem motivos e motivos para você sorrir, mas que você é o meu. Da sua, somente sua, M. " Sorriu com a ultima frase, A "sua M" nunca falava sobre sentimentos, portanto, o "nós" nunca havia existido. Levantou. A cede estava lhe torturando, desejou que a geladeira fosse até você, e não o contrário. Diziam que leite quente ajudava numa noite tranquila de sono, ah, gelado deve ter o mesmo efeito. Esvaziou a caixinha.
Ficou um tempo por lá e acabou descobrindo, que têm 458 ladrilhos na parede perto da pia. Voltou ao livro. 04:55 da madrugada, chegou a conclusão de que romance policial não é tão ruim assim. Abriu seus e-mails, e um só chamou a sua atenção, ele dizia :
" O melhor é o afastamento, me dói na consciência te ver assim, abatida. Tens se alimentado direito ? Parou com aquela mania de só cereal matinal ao acordar ? Evite me procurar pelo menos nas três primeiras semanas, mas ainda estou aqui. É o melhor pra nós. M. "
De imediato lembrou da dedicatória. O nós nunca existiu. Então lhe respondeu o e-mail, nele colocou :
" Não procurarei pelos próximos anos. Te disse que um dia seria tarde de mais, esse dia chegou. Sinto muito. L. "
E partiu para uma nova vida, onde nada seria tarde de mais outra vez.

05 junho 2010

Distrair da solidão..

Seus olhos me pedem pra ter mais paciência, pra saber esperar.
Suas palavras confusas me dizem que vai valer a pena.. ou não.
Mas como acalmar a urgência que eu tenho de você ? Como acalmar
meu coração, que bate acelerado, descompassado ?
Seu sorriso me dá a certeza de que, por você eu pararia o mundo se preciso,
Me deixa com vontade de te cuidar, até nós sentirmos que não é mais preciso.
Mesmo sentindo necessidade de te ter, nem que seja pela metade, mesmo sabendo que os
seus sentimentos mais sinceros não são por mim.
A vontade de sentir meu coração disparar, só por sentir o toque quentinho
dos seus dedos no meu rosto, não me dá descanso.
Meu coração cansou de bater cheio de esperanças que nunca viraram realidade.
Ele quer bater por você.

03 junho 2010

Há muito tempo cansei. Cansei de ver a felicidade alheia e esperar a minha chegar, e ela nunca vir. Cansei de ver que nunca ia ser a minha vez na fila, e ver os outros tripudiando por conseguirem estar lá. Cansei que ver que só em mim que doía, que a minha dor é invisível aos olhos de todas as pessoas do universo. Não quero mais ser tão sensível, não quero mais sentir meu coração sendo esmagado por pessoas que não merecem. Pessoas que não merecem minha amizade, minha preocupação, e muito menos o meu respeito. Não dá mais pra fingir que está tudo bem, porque não está ! Não dá mais pra correr pro quarto e tapar os ouvidos pra não ouvir o que não me deixa feliz. Não dá pra ver as pessoas se afundarem e dizer que isso não mexe comigo. Eu não quero mais perceber coisas que só eu estou percebendo. Tá doendo. Tá me fazendo desacreditar que o amor e a fidelidade ainda podem existir.
Só cansei. Cansei da indecisão, da pena nos olhos das pessoas, de sair de casa e ver que não tenho nenhum motivo pra voltar. Cansei de quem não se decide. De quem uma hora diz que quer, e no minuto seguinte se contradiz. Cansei de quem grita. De quem grita pra conseguir o que quer, de quem grita pra conseguir o respeito, de quem grita pra chamar atenção. Cansei de precisar de carinho e o único que o encontrar ser nas lembranças de um ano bom. Cansei de querer um aconchego, um lugar quentinho pra ficar quieta e descansar, e o único lugar disponível ser a minha cama, vazia e fria. Cansei de esperar que Deus prepare o meu futuro. Tá demorando ein Senhor ?
Não tá dando pra engolir as indiretas. Não tá dando pra conviver, só conviver com que eu quero pra mim. Com quem eu guardaria num potinho e colocaria na minha estante. Não tá dando pra suportar a saudade de quem está longe. De quem seria capaz de me fazer sentir segurança, talvez a única pessoa no mundo. Não tá dando pra dar conta de todas as responsabilidades, e ainda assim continuar sonhando.


Só não dá mais.

02 junho 2010


She's got a smile that it seems to meReminds me of childhood memoriesWhere everything was as freshAs the bright blue sky



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