24 junho 2010

Insônia.

As vezes eu queria poder te ter, as vezes me sinto invisível pra você.


22:07 da noite. Vontade de esvaziar o cérebro e não pensar em mais nada. Deitada na cama esperando o sono resolver comparecer. Abajur ligado, fazendo com que as borboletas pintadas mais cedo na parede ao lado da porta, pareção de verdade. Suspirou. E outra vez. E outra.. Desistiu de esvaziar os pensamentos. Resolveu ler, havia ganhado um livro há quase um mês e nem a dedicatória tinha lido. A mesma lhe lembrou o que ela mais queria esquecer, camuflar, deixar pra traz. Ela dizia: " Para que você me sinta mais perto, com o braço sobre o seu perfil, te olhando dormir. Para que você nunca esqueça que existem motivos e motivos para você sorrir, mas que você é o meu. Da sua, somente sua, M. " Sorriu com a ultima frase, A "sua M" nunca falava sobre sentimentos, portanto, o "nós" nunca havia existido. Levantou. A cede estava lhe torturando, desejou que a geladeira fosse até você, e não o contrário. Diziam que leite quente ajudava numa noite tranquila de sono, ah, gelado deve ter o mesmo efeito. Esvaziou a caixinha.
Ficou um tempo por lá e acabou descobrindo, que têm 458 ladrilhos na parede perto da pia. Voltou ao livro. 04:55 da madrugada, chegou a conclusão de que romance policial não é tão ruim assim. Abriu seus e-mails, e um só chamou a sua atenção, ele dizia :
" O melhor é o afastamento, me dói na consciência te ver assim, abatida. Tens se alimentado direito ? Parou com aquela mania de só cereal matinal ao acordar ? Evite me procurar pelo menos nas três primeiras semanas, mas ainda estou aqui. É o melhor pra nós. M. "
De imediato lembrou da dedicatória. O nós nunca existiu. Então lhe respondeu o e-mail, nele colocou :
" Não procurarei pelos próximos anos. Te disse que um dia seria tarde de mais, esse dia chegou. Sinto muito. L. "
E partiu para uma nova vida, onde nada seria tarde de mais outra vez.

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