No signal

“Mais um dia.. tomara que seja melhor.. eu realmente espero.”
Mas um dia começa, mas um fim de semana com o mesmo vazio, com o mesmo frio num calor de 42°, com as mesmas desculpas pra tentar se distrair. Um banho gelado dessa vez não resolveu muita coisa, muito menos a barra de chocolate amargo. Vai passar, vai passar, vai passar, tem que passar. Sair do corpo aparentemente saudável, feliz, e sem escoriações visíveis, prum plano superior.. pra respirar em paz, pra sentir paz. Seja feliz, não terá nenhum tipo de objeção de minha parte. Sua felicidade está em primeiro plano, muito antes da minha. Estava. A primeira estrela aparece, junto com o medo de dormir. A cafeteira está na mesa, e cheia de café. A noite será longa, talvez um livro que eu tento terminar há meses me faça companhia, ou o chiado da tv, ou até mesmo jogos online. Não vejo mas a necessidade de fingir, camuflar, ocultar, a minha decepção perante aos recentes (ou não) acontecimentos. Não me agradou em nada, e o mundo seria bem melhor se atitudes assim fossem extintas. O sorriso não engana mais ninguém, a cada segundo vêm as perguntas ” você está feliz ? mas eu pensei que você ficaria bem pior.. você não chorou ? ” meu travesseiro está manchado, lágrimas de 18 dias atrás. Acabo de ganhar um (mais um) pijama, da mesma tia avó de sempre, com a seguinte frase ” Acredite, o amor ainda existe ! “, mas É CLARO que ele existe, o amor que eu sinto pela minha mãe é inexplicável e imensurável, apesar dos pesares, ela me dá colo quando eu insisto em dizer que não é preciso. Talvez dê espaço a um sentimento que está me obrigando a dar-lhe espaço. Talvez eu passe enfim por cima do orgulho e peça desculpas por ter sido tão egoísta, por ter sonhado em ser feliz ou apenas satisfeita, com quem tinha o meu coração nas mãos. Com quem o tinha inteiro. O relógio digital diz que já são 00:00. Horas iguais. Devo fazer um pedido ? Ah droga, 00:01. Indo pra companhia do livro. Até breve.