Não conseguia chorar, o gosto amargo na boca havia voltado. Agora seria como antes. Sem ninguém. Sozinha. Sem a quem amar. Sem a quem querer bem. Sozinha. Havia percebido que tinha algo de errado, de estranho, mas resolveu deixar pra lá, deveria ser mais uma paranóia, mais um encasquetamento.
_ Eu.. fique com ela. (...) você prometeu que não ia me esquecer..
_ Prometi e vou cumprir, eu vou estar aqui pra tudo que você precisar..
O gosto amargo tá mais forte agora. A garganta tá fechando. Com certeza a gastrite nervosa vai atormentar a sua noite de sono. Querendo gritar. Querendo sumir. Cobrando promessas que não foram cumpridas, quebrando outras pela metade. Precisando de um ombro pra chorar..ou pra ficar em silêncio. Precisando de uma bronca, de um " Eu bem que te avisei! " As mãos geladas, morrendo de vergonha pelas palavras atrapalhadas que saíram. Prometendo pra si, que essa será a ultima vez. Ensaiando no espelho frases feitas de coração partido. Fazendo piadinhas sobre o seu estado de espírito. Na verdade, não está suportando a frase " Eu sinto muito.. ", ninguém sente, ninguém sente o coração sangrando, a repulsa por ter sido enganada. Só quer ser feliz, se é que já não esqueceu como é a felicidade.<>
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